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Edição das 23h41min de 18 de julho de 2009

Editora: Camila Ferrari Ribeiro

Colaboradores: Alessandra Ponath, Luciana da Silva.


Desidratação é a falta de água e sais minerais no corpo humano. Os sais minerais são chamados de "eletrólitos", sendo que os mais importantes são: sódio, cloro e potássio. Estes sais minerais são importantes para o funcionamento das células do corpo humano. A desidratação ocorre por uma grande perda ou uma baixa ingestão de líquidos.

Epidemiologia:

A desidratação é uma condição grave que leva à morte milhares de crianças por ano. A maior parte dessas crianças tem desidratação causada por diarréia, que é uma doença muito comum em diversos locais do mundo. A diarréia é causa importante de morte em crianças menores que 5 anos, podendo evoluir de maneira mais grave em crianças sem aleitamento materno, desnutridas, imunodeprimidas (sistema de defesa do corpo debilitado) ou com doença crônica. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 3 milhões de crianças morrem por ano vítimas de diarréia nos países em desenvolvimento. No Brasil, cerca de 50 mil crianças morrem todos os anos devido esta doença. A incidência é maior nas populações de baixo nível sócio-econômico. É importante saber sobre desidratação pois, apesar de sua gravidade, ela tem tratamento desde que se reconheça logo os sintomas e sejam tomados os devidos cuidados.


Causas de desidratação:

A desidratação pode ocorrer por diversas causas. Dentre estas estão: baixa ingestão de água e sais minerais, perdas provocadas por vômitos e diarréia, perdas na urina (urina muito diluída, remédios que aumentam a excreção de urina – chamados de diuréticos), perdas pela pele (queimaduras na pele e exposição solar).

A criança tem 75% do seu corpo formado por água. Com o passar dos anos, essa taxa diminui, chegando até 46% no idoso, em condições normais. Este fato é importante porque, no caso das crianças, qualquer perda de água no corpo irá afetar profundamente seu peso e o funcionamento do corpo. Como as crianças se desidratam mais facilmente é preciso estar sempre alerta para evitar esse problema.


Conhecendo mais sobre a Diarréia:

A diarréia pode ser definida como um aumento no número de evacuações ou uma diminuição na consistência das fezes. A severidade da diarréia pode variar muito, sendo a freqüência das evacuações o seu maior indicador. A diarréia aguda dura de alguns dias até 2 a 3 semanas. Quando ultrapassa este período é chamada diarréia crônica e geralmente está associada a outras doenças.

Na diarréia ocorre perda excessiva de líquidos e sais minerais e nas pessoas debilitadas por outras doenças, idosos e crianças pode evoluir para desidratação. Por isso estes grupos de pessoas devem ser observados com bastante atenção!


Fonte:www.christian-promotions.com/

A diarréia geralmente é causada por uma infecção por vírus que atinge os intestinos. Pode ser causada também por bactérias ou substâncias produzidas por bactérias e presentes em alimentos contaminados (as chamadas toxinas) e por parasitas.

Mais que os micróbios, as toxinas diminuem a absorção de líquidos ou estimulam sua perda para pelo intestino. De todo o modo, o resultado é a perda excessiva através das fezes, demonstrado por diarréia.

A disenteria é um tipo de diarréia que contém sangue, muco ("catarro") e/ou pus. Ela ocorre quando microorganismos furam a parede do intestino causando lesões no local.

Além da diarréia, é comum as pessoas terem também: desconforto abdominal, cólica, plenitude (sensação de estufamento), excesso de flatos (gases), mal-estar generalizado, náuseas e vômitos. Menos freqüentemente, pode-se observar sangue, pus ou muco nas fezes e febre.

Os germes causadores de diarréia costumam chegar ao ser humano através da boca, podendo estar contidos na água ou alimentos contaminados. Alguns fatores que podem tornar as pessoas vítimas de diarréias agudas são os seguintes:

  • beber ou ficar exposto à água não tratada,
  • usar encanamentos furados,
  • usar depósitos mal fechados ou sem limpeza regular,
  • tomar banho em rio, açude ou piscina contaminada,
  • não limpar bem as mãos e os utensílios de mesa e fogão,
  • não cuidar da higiene pessoal (não lavar as mãos antes de comer, não lavar as mãos após ir ao banheiro etc).


Como ocorre a desidratação:

Pessoas comem alimentos mal lavados, tomam água não filtrada ou fervida,

tomam banho em água contaminada, não cuidam da higiene etc...

- vírus, bactérias, parasitas penetram no organismo

- ocorre infecção no trato gastro-intestinal

- diarréia (não há absorção de líquidos pelo intestino) e/ou

vômitos (há grande eliminação de líquidos do estômago pela boca)

- perda de água e sais minerais (sódio, cloro, potássio) e nutrientes

¯

no início as crianças mantêm-se normais, mas podem evoluir

para desidratação leve, moderada ou grave com sinais clínicos

(veja quadro adiante)



Tipos de desidratação:

Como já foi comentado, a desidratação é basicamente definida por um desequilíbrio entre ingestão e perda de líquidos e sais minerais. A partir dessa informação temos 3 tipos de desidratação:

1) Desidratação Isotônica: é o tipo mais comum. Ocorre perdas iguais de água e sais minerais.

2) Desidratação Hipotônica: ocorre quando são perdidos mais sais minerais do que água ou quando muita água é ingerida. Este tipo de desidratação intensifica-se ou é produzida quando, durante o período de diarréia, é ingerida grande quantidade de líquidos com poucos sais minerais. As bebidas esportivas (Gatoradeâ , Marathonâ etc) são exemplos destes líquidos que não contêm quantidade suficiente de sais minerais na sua composição e devem ser evitados em pessoas com diarréia (não devem ser usados na prevenção da desidratação).

3) Desidratação Hipertônica: ocorre quando é perdida mais água do que sais minerais (principalmente o sódio). Este tipo de desidratação pode acontecer quando são ingeridas soluções caseiras com muito sal (p.ex. quando o soro caseiro é feito de maneira errada. Veja adiante a maneira correta de prepará-lo).


Como descobrir se alguém está desidratado (diagnóstico):

A desidratação é percebida pelos sinais e sintomas que a pessoa apresentar. O médico ou profissional da saúde vai fazer uma anamnese (avaliação do paciente) e um exame físico (examinar o corpo do paciente: ver o estado de consciência, a pele, os olhos, as mucosas etc) a procura de características de desidratação. Também podem ser feitos exames de laboratório para dosar sódio e potássio.

Classificação clínica da desidratação:

A desidratação pode ter diferentes níveis de gravidade (leve, moderada ou grave) com diferentes características no paciente.

<tbody> </tbody>

Dados clínicos

Sem desidratação

Desidratação leve

Desidratação moderada

Desidratação grave

Aspecto/estado geral

Alerta

Irritada, dorme mal e pouco

Mais agitada, raramente dorme

Deprimida, inconsciente, comatosa

Sede

Bebe normalmente ou sem sede

Com sede

Muita sede

Não consegue beber ou bebe muito mal

Boca

Normal, úmida

Seca, lábios vermelhos, língua seca e saburrosa

Muito seca, lábios às vezes azulados

Lábios azulados

Olhos

Normais

Normais

Fundos

Muito fundos

Fontanela (“moleira” do bebê)

Normal

Normal

Funda ou deprimida

Muito funda ou deprimida

Pele 

(sinal da prega)*

Temperatura e elasticidade normais (volta instantaneamente à posição normal)

Quente, seca, elasticidade normal

Extremidades frias, elasticidade diminuída (até 2 seg)

Pele fria, acinzentada, elasticidade muito diminuída (mais que 2 seg)

Pulsos

Normais (cheios)

Normais

Finos

Muito finos ou não palpáveis

Circulação ou fluxo periférico*

Normal (menor que 3 seg)

Até 3 seg

Lentificado (3 a 8 seg)

Muito lentificado (mais que 8 seg)

Perda de peso

Sem perda de peso

2,5 a 5% do peso

5 a 10%

Acima de 10%


Adaptado de: www.ids-saude.uol.com.br/psf/medicina/tema4/texto59_definicao.asp

  • Sinal da prega: com os dedos polegar e indicador faz-se uma prega na pele da criança e observa-se quanto tempo demora para voltar à posição normal.
  • Circulação ou fluxo periférico: comprime-se a mão fechada ou um dedo da criança por alguns segundos e libera-se observando o tempo necessário para voltar à coloração normal.

Sinais de alerta:

É indicado que um médico avalie uma criança que apresenta vômitos e diarréia persistentes. Além disso, maior atenção deve ser tomada quando: a criança é menor de 6 meses de idade, febre acima de 38ºC em qualquer idade, apresentar sinais de desidratação, vômitos por mais de 8 horas ou tem vômitos em jato, fezes com sangue ou muco, sangue nos vômitos, não tem urina há mais de 8 horas, dificuldade para movimentar ou rigidez de pescoço, criança muito sonolenta ou agitada, dor na barriga por mais de 2 horas.

Tratamento da desidratação:

Dois fatores são fundamentais para o funcionamento normal do corpo humano: 1º) água e sais minerais em equilíbrio e 2º) fornecimento constante de energia ao corpo (nutrientes). Na diarréia e no vômito estes dois aspectos estão ameaçados. O primeiro devido às perdas de água e sais minerais e o segundo porque a criança não tem vontade de alimentar-se (não ingere nutrientes). Na desidratação é preciso recuperar água, sais minerais e energia.

A reidratação oral (pela boca) reduz as complicações e a mortalidade da diarréia aguda, diminuindo a desnutrição associada à diarréia. A reidratação oral pode ser tentada na maioria dos pacientes com diarréia e desidratação leve a moderada, desde que se mantenha supervisão adequada.

A terapia intravenosa (direto na veia) é necessária em pacientes com desidratação grave ou vômitos incontroláveis, pacientes em choque (pressão arterial muito baixa), nos pacientes incapazes de beber líquidos e nos pacientes que tem outras doenças graves.

A reidratação oral pode ser feita com soro caseiro ou com Soro de Reidratação Oral (SRO) recomendado pela OMS. A reidratação oral fornece ao paciente água, sódio (contido no sal, o sódio "puxa" a água para dentro das células) e glicose (contida no açúcar). A glicose é usada como fonte de energia e ajuda na absorção do sódio pelo intestino.

Composição do soro caseiro: água, sal e açúcar. Preparo do soro caseiro: a) misturar uma pitada de 3 dedos de sal e um punhado de açúcar em um copo de água potável OU

b) misturar 1 colher das de chá rasa de sal e 4 colheres das de chá bem cheias de açúcar em 1 litro de água OU

c) utilizar a colher medida de plástico (fornecida em alguns postos de saúde ou em Pastorais da criança): misturar 2 conchas grandes rasas de açúcar e 1 concha pequena rasa de sal, em um copo cheio de água potável.


Fonte: www.unifesp.br/comunicacao/jpta/ed142/pesqui2.htm

O soro caseiro deve ser administrado com cuidado e a mãe deve ser muito bem orientada sobre o seu preparo. Quando preparado de maneira errada pode causar mais danos do que benefícios (veja desidratação hipertônica citada anteriormente).

Composição do Soro de Reidratação Oral (SRO) recomendado pela OMS: 3,5g de cloreto de sódio (sódio = 90mmol); 2,9g de citrato trissódico (cloro = 80mmol); 1,5g de cloreto de potássio (potássio = 10mmol, citrato = 10mmol); 20g de glicose (glicose = 100mmol).

É preferível a utilização do SRO pois já vem em envelopes com a quantidade correta de cada componente. Cada envelope deve ser diluído em 1 litro de água potável (filtrada ou fervida) e a solução deve ser dispensada após 24 horas do preparo. Estes envelopes estão disponíveis nos postos de saúde.

O leite materno é capaz de prevenir qualquer tipo de infecção do organismo infantil, durante os seis primeiros meses de vida, inclusive a diarréia. O leite materno é composto de água, carboidratos, gorduras, proteínas em grande quantidade e elementos de defesa. Se amamentado raramente o bebê terá diarréia. O bebê amamentado no peito pode ter fezes amolecidas, mas não diarréia (quando evacua água várias vezes ao dia alterando seu estado de saúde). Nunca se deve suspender o aleitamento materno em criança com diarréia.


Fonte: www.fornet.com.br/.../page/gestacao/amamentacao.html

De uma maneira geral, não se deve suspender nenhum tipo de alimento nas crianças com diarréia, pois a aceitação dos alimentos já está prejudicada e a desnutrição pode prolongar a diarréia. Deve-se evitar apenas alimentos muito gordurosos e muito temperados.

Como prevenir a desidratação:

A prevenção da desidratação é feita evitando a diarréia principalmente. A diarréia é uma doença contagiosa e para evitá-la é importante ter sempre bons hábitos de higiene:

  • lavar as mãos após ir ao banheiro,
  • lavar as mãos antes de cuidar de crianças e após trocar fraldas,
  • lavar as mãos antes de lidar com alimentos,
  • ferver chupetas e mamadeiras,
  • utilizar sempre água filtrada ou fervida para beber e cozinhar,
  • redobrar os cuidados quando alguém em casa estiver com diarréia.

Não é recomendado o uso de refrigerantes, sucos artificiais e bebidas esportivas na prevenção de desidratação e nem no tratamento da diarréia. Somente os soros de reidratação oral são indicados na reposição de perdas pela diarréia e vômitos.


Fonte: www.whs.dist214.k12.il.us/.../simon%20washing%20hands.jpg


Fonte: www.astro.su.se/~magnusg/large/Boiling_water.jpg




Bibliografia:

BERHMAN, R. KLIEGMAN, R. Nelson princípios de pediatria. 3 ed. Editora Guanabara Koogan S.A.: Rio de Janeiro, 1999.

BRAUNWALD, E. et al. Harrison tratado de medicina interna. 15 ed. Editora McGraw-Hill: Rio de Janeiro, 2002. v.1.

MARCONDES, E. et al. Pediatria na atenção primária. Sarvier: São Paulo, 1999.

http://www.ids-saude.uol.com.br/psf/medicina/tema4/texto59_definicao.asp

http://www.unifesp.br/comunicacao/jpta/ed142/pesqui2.htm

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www.aleitamento.med.br/a_artigos

Links de interesse:

http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?128

http://www.dalsy.com.br/desidratacao/diarreia.asp#

http://www.sbp.com.br