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Doredebarriga1

http://nickmartins.com.br/atualidades/?tag=motivo-dor-de-barriga-sobre-dor-de-barriga

AUTORIA

Autor:Vinícius Furtado, com a colaboração de: Klaus Schumacher e Rafael Araújo Iizuka

A DOR

A dor abdominal é causa comum de procura dos serviços de saúde por parte da população, chegando a aproximadamente 10% das visitas aos departamentos de emergência. Embora em muitos dos casos a sua etiologia seja desconhecida, é importante ficar atento aos sinais e sintomas apresentados. O abdome é uma cavidade corpórea localizada logo abaixo do tórax, e acima da região pélvica. É delimitado superiormente pela presença do músculo diafragma e rebordos costais; e inferiormente pelo osso da bacia. Nela, estão presentes os órgãos do trato gastrointestinal como: estômago, intestinos delgado e grosso; além de órgãos endócrinos como o fígado e pâncreas. A sensação de desconforto no abdome é dependente de uma sinalização nervosa provinda do local originário da dor, que vai até o cérebro e retorna ao dermátomo correspondente. Assim, a mesma pode ser originada do abdome, ou originar-se de outro local do corpo (ex: tórax) e irradiar para a região abdominal. Tem-se então a existência de dois motivos para esta dor: motivos abdominais e motivos extra-abdominais. Para os extra-abdominais, temos: Pneumonia, Infarto do Miocárdio, Pleurite, Embolismo Pulmonar; entre outras.

O “MAPA” ABDOMINAL

Antes de relatar os motivos abdominais é importante fazer uma breve revisão da anatomia superficial do abdome. É possível dividir o abdome em nove regiões distintas.


Abdomeanatomia2

http://www.auladeanatomia.com/generalidades/quadrantes.htm

Superiormente, tem-se dois hipocôndrios e a região epigástrica centralmente. Abaixo, duas regiões laterais e a região umbilical, a qual demarca o centro do abdome. No extremo inferior, duas regiões inguinais, e no meio delas a região hipogástrica. Mesmo em caso onde é possível efetuar a precisa localização da dor em uma das regiões citadas, existe uma infinidade de possíveis causas para a dor. No quadro abaixo, demonstram-se as causas mais preocupantes.

Causasabdominais3

Possíveis condições clínicas de dor abdominal aguda

Apesar de a dor ser uma sensação subjetiva, principalmente no abdome, estudiosos já tentaram classificar os tipos existentes da mesma. Entre elas a dor tipo cólica, uma dor originada pela contração muscular de órgãos ocos (estômago, intestinos, útero), que tem um aumento gradual de intensidade e com a presença de períodos de alívio. A cólica também está presente como queixa muito comum das mulheres que menstruam sendo chamada de dismenorréia neste caso. Os piores prognósticos (como a doença irá se comportar) deste tipo de dor, estão associados aos cálculos ureterais, vesiculares e pancreáticos. O segundo tipo de dor a ser considerado é a queimação, considerada como uma ardência, ou também chamada de “dor da fome”, e está associada a doenças do Trato Gastrointestinal Alto (do esôfago, até parte do duodeno), como por exemplo: Esofagite de Refluxo, Gastrite Aguda, Úlcera Gástrica e Duodenal. As dores do tipo pontada e tipo pressão também são referidas comumente. Impossível de não deixar de ser citado, são os possíveis sintomas associados à dor. A sensação de náusea, acompanhada ou não de vômito é encontrada em muitas das possíveis situações clínicas envolvendo a dor abdominal. Como causa benigna deste fato, a gravidez tem um papel importante na representação destas queixas. Em recém nascidos também é muito comum a ocorrência do vômito ou regurgitação nos primeiros meses de vida. As outras causas de náusea incluem afecções do Trato Gastrointestinal (TGI), e em piores diagnósticos o infarto. Outro possível sintoma que pode estar logicamente associado a dor abdominal é diarréia. Não necessariamente a diarréia deve apresentar fezes amolecidas, mas pode apresentar preponderantemente o aumento do volume fecal. Deve-se ficar atento a esta manifestação devido a possibilidade de desidratação do organismo, sendo uma possível causa de óbito. As infecções ocasionadas por vírus, como o ROTAVÍRUS, por bactérias, como a amebíase, e até por vermes como o Ascaris, são causas extremamente comuns de diarréia. Isto ocorre principalmente relacionado à falta de higiene básica e das condições sanitário-habitacionais da população. Uma condição clínica de grande prevalência atual, chegando a atingir até 20% da população européia e norte-americana é a Síndrome do Intestino Irritável (SII), que não possui causas físicas e bioquímicas definidas, e têm frustrado muitos pacientes e clínicos pela falta de achados em exames complementares que justifiquem tal desordem. Ela pode ter períodos sintomáticos e assintomáticos que podem perdurar por anos, além de possível constipação. A etiologia (causa) da doença permanece obscura, devido à presença de múltiplos fatores que podem estar envolvidos; entre elas, as de caráter psicogênico, como a ansiedade e estresse. Um último sintoma a ser citado, e não por isto o menos importante, é a febre. Ela pode caracterizar um sinal de alerta de que uma resposta inflamatória importante está ocorrendo, e costuma aparecer em doenças como a dengue, a qual houve mais de 100.00 casos no país somente do período de Janeiro a Fevereiro deste ano.

A dor abdominal aguda pode ser de caráter cirúrgico, principalmente quando é súbita, intensa e de caráter insuportável. Muitas são as causas que podem provocá-la, desde rupturas e oclusões de vasos sanguíneos importantes da região abdominal, como a mesentérica superior. Outras causas importantes e que devemos estar atentos são a ruptura de órgãos ocos do TGI que podem infeccionar o peritônio (um tipo de membrana que possuímos que recobre a cavidade abdominal e muito dos órgãos nela inseridos).

Apendice4

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A causa mais comum de dor abdominal cirúrgica é a apendicite, chegando a 7% de prevalência em adultos. A apendicite é uma inflamação do apêndice, um órgão situado em uma extensão tubular do ceco. A apresentação clássica da apendicite, inclui dor inicial na região periumbilical ( ao redor do umbigo) e que posteriormente se localiza na região inguinal direita.

EXAMES DIAGNÓSTICOS

Uma infinidade de exames auxiliares podem ser utilizados pelo médico para investigar uma dor abdominal. Mesmo exames como o hemograma, considerados trivial pelo público geral, podem solucionar casos crônicos de dor sem causa definida. A endoscopia

Endoscopia5

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9b/Stomach_endoscopy_3

está entre os exames mais utilizados entre os métodos considerados invasivos, e também entre os que possuem poucos efeitos colaterais e riscos. Para fazê-lo, o médico utiliza de um instrumento chamado endoscópio, que consiste em um tubo de fibra óptica longo, fino, e flexível que envia imagens a um visor. Ele é inserido através da via oral e segue por dentro do esôfago. A pessoa recebe medicação sedativa antes da realização do mesmo e é orientada a não ingerir alimentos e líquidos por período determinado pelo profissional. Outros exames que podem ser citados são: a radiografia ( conhecida popularmente como “Raio X”),a ecografia, a ressonância magnética, a tomografia computadorizada, enfim, outros exames considerados mais específicos.

TRATAMENTO E PREVENÇÃO

O tratamento e prevenção da dor abdominal dependem da causa e diagnóstico da mesma, a qual só pode ser definida pelo médico. Devido ao amplo espectro mencionado de possíveis condições clínicas, a causa da mesma pode vir a não ser descoberta. Mesmo assim é muito importante a procura pelo profissional da área para a exclusão dos piores prognósticos e para receber-se orientação adequada de como evitar novas dores.

REFERÊNCIAS

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

MOORE, K.L; DALLEY, A. E. Anatomia Orientada para clínica. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

Número de casos de dengue no País sobe 109% - O Estado de S.Paulo, 26 de fevereiro de 2010 (visitado em 28-11-2010).

GOLDMAN L.; AUSIELLO D. Cecil medicine. 23 ª ed. Philadelphia: Saunders Elsevier, 2007.

HARRISON, T. R. et al. Medicina Interna. 15ª ed. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2002.

TIERNEY Jr., L ; HENDERSON , C. M.: The patient history – Evidence-based approach. Lange, 2005.

LINKS RELACIONADOS

Visite também:

The American College of Gastroenterology http://www.acg.gi.org/patients/gihealth/aps.asp

Revista Prática Hospitalar http://www.praticahospitalar.com.br/pratica%2059/pdf/17.pdf

Web Clínicas.com http://webclinicas.com.br/artigomed2dezembro2001.asp

Medline Plus – Trusted Information Help for you http ://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/003120.htm

ABC da Saúde http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?160

Visible Body – 3D Human Anatomy http://www.visiblebody.com/

Dra. Shirley de Campos.com http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias.php?noticiaid=11634&assunto=Dor

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